Mesinha jogada não é de ninguém.

Como sabem, adoro andar remexendo nas caçambas e nos terrenos baldios à procura de tesouros esquecidos, em busca de transformação.
Tempos atrás, caminhando por uma avenida encontrei essa mesinha recostada a um muro. De um lado uma loja de cadeiras, de outro um service de TV. Entrei a um, perguntei se era deles. Nada. Te olham de um jeito meio estranho, como se a gente fosse um extra-terrestre ou algo do tipo. Perguntei na loja de cadeiras: essa mesinha é de vocês? Os vendedores se olharam, como dizendo(que mesinha? e para que ela quer uma coisa velha?). Bem, parece que não era de ninguém. Ainda me disseram: Pega e sai andando sem olhar para atrás. Se escutar alguém gritando:ei, essa mesa é minha...Pára e volta.

Uma boa lixada(não gosto dessa parte, mas faz parte) para tirar o verniz velho.

Duas mãos de tinta branca.

Lixar para dar aparência de gasto. Para que se veja a madeira do fundo.

Verniz acrílico fosco para proteger.

Trabalho terminado, pronta para ocupar seu lugar.

Adoro gaiolas. Essa era da loja de 1,99, que vem com um passarinho que canta quando há um ruído no ambiente. Já tem muitos anos e até me cansei dela. Tentei abrir para tirar o passarinho. Missão impossível. Pintei assim mesmo e lixei para parecer uma pátina. Depois coloquei uns galhinhos de hera artificial. Ficou diferente. Nem parece aquela velha gaiolinha de tantos anos.

Foi o que eu fiz. Ninguém reclamou a mesa e eu respirei aliviada, afinal seria uma pena porque já estava com a cabeça fervilhando de ideias. Olha ela aí. Simplizinha, mas deu um charme a mais para um cantinho da minha sala.